sexta-feira, 20 de junho de 2014

A guerra contra as drogas

por Alvimar Paula da Silva
Albert Einstein diz o seguinte: “é mais fácil desintegrar átomo do que um preconceito”. Olhando o mundo atual, dá-nos a impressão de que a humanidade encontra–se sitiada pelas drogas. Sua penetração nas diversas camadas sociais é de proporção geométrica, verdadeira pandemia, com efeitos avassaladores, um verdadeiro tsunami. O que mais nos preocupa diante desse estado de calamidade, é o fato de que os diversos seguimentos organizados da sociedade: os educadores, as famílias, os religiosos não foram capazes de chegar a uma conclusão lógica sobre o modelo de combate as drogas, patrocinado pelos Estados Unidos. Ele é incentivador, em todos os sentidos, seja para o traficante e para o usuário. Este modelo não coíbe o consumo e nem recupera os dependentes. É o mesmo que colocar sal na carne que já perdeu. Gastam-se bilhões, porem, o exército dos traficantes e dos usuários cresce assustadoramente. Diante do exposto, faz-se necessário um pergunta: os dependentes químicos devem ou não ser tratados como um problema de saúde publica? Os entendidos afirmam que sim. A dependência é uma doença e como tal, deveria ser tratada. Se esta premissa é verdadeira, será que não seria o momento do Estado, da sociedade, da família, dos religiosos, dos educadores, das entidades de classe, enfim, de todos os seguimentos organizados da sociedade, tirar a máscara da hipocrisia, para inserir outro modelo de combate as drogas? Ao invés de ficar enxugando gelo, o Estado, inicialmente, deveria criar estrutura especializada, nos diversos estados da federação para recuperar os que manifestassem o desejo de sair desse estado de vida. Uma vez criada esta estrutura, convocaria todos esses seguimentos acima declinados, para iniciar do marco zero, um trabalho que possa trazer uma perspectiva positiva para este paradigma. Sobre o tratamento dos dependentes químicos, os farmacologistas há muito se dedicam a desvendar os mecanismos de ação e dependência das drogas psicoativas, procurando desvendar os efeitos negativos e positivos dos usos das diferentes drogas e a dependência que muitas provocam. Se os especialistas concluíram que se trata de uma doença, o poder público, após exames especializados em cada portador da doença química, deveria tirar a mascara e passasse a fornecer os medicamentos aos usuários, cotidianamente: A maconha, a cocaína, o craque etc. Se o Estado assumisse o espaço dos traficantes e passasse a distribuir, aos dependentes químicos, as drogas de uso diário, isto não iria retirar os traficantes do mercado ou pelo menos não diminuiria drasticamente o comercio e a violência? Se o dependente, devidamente comprovado pelos especialistas, tivesse as drogas doadas todos os dias, nãos seria mais racional do que deixá-lo, roubar, matar, seqüestrar, tirar vidas inocentes em troca de nada? Olhando o mundo, percebe-se que os povos entraram num beco sem retorno: as derrotas serão constantes, vidas serão ceifadas injustificadamente, as mães lamentam a perda dos filhos prematuramente. O que se vê no momento é choro, lagrimas e lamentos de um povo que não sabe o que fazer para reconstruir uma sociedade sem drogas, sem violência, onde deveria imperar o respeito à vida e a dignidade do ser humano. Portanto, não seria o momento de repensar esse modelo de combate às drogas? Acho que Albert Einstein esta coberto de razão: “é mais fácil desintegrar átomo do que um preconceito”. (Alvimar Paula da Silva, advogado e auditor fiscal aposentado - alvimarpulasilva@bol.com.br)

Nenhum comentário:

Postar um comentário