Como alavancar a economia?

Por Rafael Barbosa

O investimento em novas tecnologias é fundamental para o desenvolvimento do mercado de um país. Um planejamento nessa área se faz importante, pois o mercado muda mais rápido a cada dia. Esse desenvolvimento é fundamental para o crescimento econômico. A instalação de parques tecnológicos de desenvolvimento e inovação, os chamados P,D&I, já são uma realidade, pois neles o investimento de empresas privadas em pesquisas é grande. As tecnologias mais modernas produzidas pelo Brasil e o desenvolvimento de processos na área de serviços são feitos nesses parques. Como na maioria dos casos existe parcerias com as universidades, eles acabam ficando dentro das universidades. Esses parques são alocados nos campi universitários com objetivo de desenvolver a prática acadêmica e possibilitar o desenvolvimento de novos processos que facilitem a logística do mercado ou que contribuam no âmbito social. São Paulo concentra o maior parque do país, que realiza pesquisa em Tecnologia da Informação, petróleo e gás e sustentabilidade socioambiental, agricultura, saúde e defesa. Mas o desenvolvimento tecnológico nos processos de segurança da informação e softwares é mais visado pelas empresas que investem em P,D&I. A Lenovo, maior fabricante de computadores do mundo, inaugurou no ano passado o seu primeiro centro de pesquisas no Brasil. A empresa tem o objetivo de desenvolver no país soluções de software de empresas, armazenamento de dados e tecnologias em nuvem. Goiás não dispõe desses parques de desenvolvimento tecnológico, mas projetos de PD&I são desenvolvidos em parcerias com empresas estatais e privadas. A Universidade Federal de Goiás concentra várias pesquisas em soluções e aperfeiçoamento de processos em distribuição de energia elétrica que foi desenvolvido em parceria com a Central de Energia Energética de Goiás (Celg). Nesse projeto foram aperfeiçoados processos de detecção de falhas – chamadas descargas parciais – nos transformadores de potência que simplificou a manutenção desses equipamentos. Outro projeto desenvolvido em Goiás foi o monitoramento da poluição atmosférica em Goiânia e de Rio Claro, em São Paulo, que ainda está em andamento. Esse projeto é realizado por alunos do Instituto Federal Goiano (IFG) e tem um aspecto produtivo em descobrir o quanto de poluição uma cidade gera. Isso pode contribuir na criação de novas tecnologias de produção que reduzam consideravelmente o nível de poluição. Hoje o Brasil gasta muito dinheiro fazendo importação de tecnologias simples para produção de softwares, por exemplo. O investimento em tecnologias e inovação no Brasil ainda é muito baixo se comparado com Índia e China. A economia desses países tem resultados melhores devido a esse tipo de investimento que gera um aumento da competitividade das empresas no mercado mundial. Os incentivos acabam se espalhando em todas as áreas do mercado. Criar uma cultura empresarial que invista em P,D&I é importante para tornar o mercado mais competitivo, pois isso força a melhora continua do processos e serviços. O “boom” econômico do Brasil que aconteceu alguns anos atrás proporcionou maior visibilidade sobre o que era produzido nessa área. O Brasil e a Índia são os países emergentes que mais produzem tecnologia, mas o investimento do país em P&D não aumentou e muitas pesquisas ficaram estagnadas Os projeto em P&D, se tiverem mais recursos com boas parcerias, podem encontrar soluções inovadoras. Mas o mercado brasileiro tem uma péssima cultura empresarial de pensar tudo a curto prazo, sendo que não desenvolve-se uma tecnologia ou um processo inovador do dia pra noite. Um planejamento em longo prazo rende resultados mais duradouros do que medidas paliativas. (Rafael Barbosa, diretor de Inovação da Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaje), da Associação dos Jovens Empreendedores de Goiás (AJE-GO), da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras e representante da Anjos do Brasil em Goiás)