segunda-feira, 16 de junho de 2014

Duque de Caxias foi um assassino ou é uma questão de "ponto de vista"?

Por Henrique Gonçalves Dias
O "Quixote com fortes tendências para agitador, subversivo, esquerdista, socialista e outros istas", como se apresenta Geraldo Gonçalves, autor do artigo intitulado: "O Brasil tem jeito? - Retrospecto de Tomé de Sousa a Prudente de Moraes", publicado ontem, dia 16, não poupou palavras nem personagens cultuados como heróis. Sobre "Duque de Caxias", alfinetou: "Na mesma época (1837-1841) duas outras revoltas são massacradas pelas tropas legalistas. A Sabinada na Bahia e a Balaiada no Maranhão. A primeira foi derrotada com apoio de latifundiários da região e a segunda por tropas comandadas pelo mesmo assassino dos Farroupilhas: o famigerado Luís A. de Lima e Silva", mais tarde duque (sic) de Caxias". Sobre a Guerra do Paraguai, "o maior e mais sangrento conflito da América do Sul", volta às cargas contra o "militar": "As tropas brasileiras são comandadas por dois grandes assassinos: o famigerado Duque de Caxias e o impopular conde D'Eu (Gastão de Orléans). Essa tríplice aliança de assassinos e covardes matou cerca de dois terços da população masculina do Paraguai. No final da guerra o conde D'Eu ordenou que os soldados brasileiros sangrassem todos os adolescentes que encontrassem. Cerca de 15 mil jovens foram mortos. Por que destruíram o Paraguai? Simplesmente porque os paraguaios fabricavam tudo de que precisavam e, portanto, não compravam nada da Inglaterra. (...)". Bem, eu já mencionei aqui, inúmeras vezes, as mazelas ocorridas durante o período colonial, portanto, concordo parcialmente com o meu "xará", o colega Geraldo Gonçalves. Na série "Os 'Onças'", à exemplo, no Capítulo 18, publicado em abril, "arrisquei explicar" os motivos que levam os "estrangeiros" a não corrigirem erros simples de pronúncia, de colocação de verbos e pronomes, construindo frases ridículas como: "Eu vai ver para o senhora". Horrível! Eu arrisco um "diagnóstico" afirmando: "... sabem (os estrangeiros que moram no país há muitos anos), que o nosso DNA contem a alegria que sentimos, aliás, que os nossos ancestrais "sentiram" quando os portugueses, espanhóis, holandeses, franceses, ente muitos que nos "colonizaram", nos presenteavam com espelhos, badulaques, penduricalhos e outros itens cuja descrição aqui afungetaria, certamente, os leitores mais sensíveis". E prossigo, com um pouquinho de cinismo, claro. "Bem, resolvi ceder, porque alguns amigos solicitaram e alguns, inclusive, me chamaram de "bêsta quadrada", "desatualizado", explico-me: Os "outros itens cuja descrição afugentaria, 'certamente' leitores mais sensíveis", aos quais me referi, entre muitos, seria a maneira "civilizada", na verdade "animalizada" como praticaram sexo, aliás, estupraram as tataravós das nossas tataravós...". Eu odeio as guerras. Sei que são desnecessárias e só ocorrem, devido a ganância da classe dominante. Mas guerra é guerra. Não há como chamar seus partícipes de assassinos. O fatos ocorridos durante a Guerra do Paraguai, o massacre dos meninos, enfim, tudo isto foi e será debatido sem que jamais cheguemos a uma conclusão comum, universal, porquanto os motivos são subjetivos, mas, é bom que se diga, não foi o Brasil que começou esta guerra. As palavras são do próprio Geraldo Gonçalves, no belíssimo texto, cujo título, volto a repetir: "O Brasil tem jeito?". Ei-las: "A guerra teve início com a invasão da província de Mato Grosso por tropas paraguaias, sob o comando de Francisco Solano López, presidente do Paraguai". Agora, mesmo odiando a guerra, fico imaginando o que eu faria se estivesse a serviço de D. Pedro ou de Duque de Caxias, com aqueles ousados invasores querendo "tomar" ou "retomar" o "nosso estado" do Mato Grosso... Querido Geraldo Gonçalves, já estamos ansiosos pelo próximo capítulo. Parabéns Quixote gonçalvino. Até. (Henrique Gonçalves Dias, jornalista)

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