sexta-feira, 20 de junho de 2014

Brasil! Vamos virar esse jogo

Por Natal Alves França Pereira
O empate na partida entre a seleção brasileira de futebol e a mexicana não foi o resultado que esperávamos, mas, não chega a ser nenhum desastre, afinal, nossa seleção continua liderando o grupo e com grandes possibilidades de passar para a próxima fase da competição. Permanecemos na torcida e desejamos a conquista do hexa, porém, precisamos considerar que as outras seleções também se prepararam e desejam a conquista do título de campeões e dar motivos para comemorações dos povos de seus países. A famosa expressão “Mens sana in corpore sano” ensina que praticar esporte faz bem para o corpo e mente. Além disso, deve proporcionar lazer e prazer. Nas competições, principalmente nas internacionais onde o intercâmbio cultural ultrapassa maiores fronteiras, devem ser consideradas as oportunidades de congraçamento, aproximação e respeito. Se o Brasil não vencer vamos lamentar, mas, devemos reconhecer e aplaudir o vencedor, e se for campeão, comemoraremos naturalmente, entretanto, precisamos de mais vitórias brasileiras no campo social. A euforia de uma conquista esportiva não pode impedir de sentir a goleada que a sociedade está sofrendo. É triste ver irmãos dormindo nas calçadas, cobrindo com papelões, talvez sem se alimentarem, enquanto alguns gozam de todo conforto e contam com a mesa farta, às vezes, conquistadas de maneira ilícita, tirando dos que menos possuem. O processo educacional parece estar regredindo, alunos não desenvolvem o raciocínio, não aprendem fazer contas nem escrever direito, a população não está evoluindo em noções de cidadania e, muito menos, desenvolvendo o sentimento de amor à pátria. Assassinatos, roubos e outros crimes acontecem a todo instante, a impunidade e a sensação de insegurança roubam a paz e a tranquilidade. O fato de milhares de brasileiros saírem às ruas cobrando, entre outras pautas, a garantia da qualidade do serviço público e ética na política poderia ser um fato a ser comemorado. Porém, além do reclame da qualidade dos serviços públicos, o caos do transporte e da mobilidade urbana, as manifestações colocaram em xeque as formas tradicionais de participações políticas e sociais pacíficas e legítimas, isto porque, a meu ver, grupos organizados, ou não, aproveitam as oportunidades para atuarem em outros interesses. As manifestações de massa demonstram que apesar do inegável processo de ascensão social experimentado nas últimas décadas, em especial com relação à melhoria de vida por meio do consumo, continuamos com enorme desigualdade social. A verdade é que com uma quantidade enorme de gols contra, estamos perdendo o jogo social. Precisando virar o jogo, nós enquanto sociedade, estamos marcando muitos gols contra, principalmente levando em conta que os governos são parte de nós, pois, tivemos oportunidades de escolher e os elegemos. Nesse jogo a vitória nos daria uma sociedade mais justa, mais educada, mais preparada e mais desenvolvida. Estamos perdendo o jogo e gerações de jovens que não fazem sequer contas simples de matemática elementar, não fazem raciocínios simples da vida cotidiana, não se envolvem com as coisas e quase não conseguem notar suas deficiências em contextualização social, o que os inibe de corrigi-las. Nossos jovens focados no temível vestibular, não conseguem discutir um mínimo da realidade social brasileira e pouco assimilam do ensino que lhes garantirá uma vida de liberdade que só o conhecimento bem assimilado pode prover. Pior ainda, os maus exemplos dos comportamentos individualistas e desrespeitosos dos pais os conduzem a seguir suas trajetórias baseadas menos no ser e mais no ter, não aprendendo a compartilhar e dividir, certamente, não aprenderão oferecer. Somos capazes, precisamos resgatar os usos das expressões: “por favor”; “obrigado”; “com licença” “desculpe-me”; “bom dia”, “boa tarde”; etc.... Temos que eliminar, na medida do possível, todo estímulo de violência a que possamos estar habituados a procurar e receber. A estupidez humana tem que ser banida. Quando a esperança está dispersa só a verdade liberta. Chega de maldade e ilusão, vamos cultivar a primavera em nossos corações, o amor tem sempre a porta aberta e só ele pode garantir nosso futuro perfeito, só depende de nós. É preciso acreditar: “Vamos virar esse jogo”. (Natal Alves França Pereira (Natal França), servidor público, formado em Ciências Contábeis, filiado à Associação Goiana de Imprensa)

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