quinta-feira, 12 de junho de 2014

O que Goiás ganha com um quarto mandato de Marconi

Por Sergio Lucas
Muito. Não vou nem elencar as inúmeras obras realizadas e em andamento por todo o Estado de Goiás sob o risco do leitor mais desconfiado achar que se trata de texto oficial ou encomendado. Apenas considerarei aspectos futuros sobre os quais ninguém detém o controle. Acontecerão, ou não, independente da vontade ou rejeição de simpatizantes ou adversários. O primeiro ganho auferido pelo Estado de Goiás e sua população com a quarta eleição de Marconi Perillo é a solução de continuidade. Não se faz governo sem planejamento. E não se faz planejamento eficaz com prazos exíguos. Administrar um estado é diferente de administrar uma empresa privada. O crescimento vegetativo de uma população, que para a empresa privada sugere uma perspectiva potencialmente positiva, pois pode incrementar os negócios com o aumento da base de consumo, traduzindo, aumento da clientela, em relação à atividade governamental este mesmo crescimento vegetativo é fator complicador permanente uma vez que a demanda pelos serviços públicos aumenta quase em progressão geométrica enquanto os recursos tanto naturais quanto os produzidos pela vontade humana aumentam em muito menor escala. Isto quando aumentam. Em consequência, fazer planejamento de curto prazo para administrar um Estado seja ele rico ou pobre, é tarefa quase inglória, uma vez que a velocidade da demanda sempre supera em muito a ação efetiva necessária ao seu atendimento. Portanto Governos sérios e responsáveis e muitos não o são, além do planejamento de curto prazo que são obrigados a fazer para levarem a cabo as atividades rotineiras inerentes a administração publica, fazem também um planejamento a médio e longo prazo tanto para antever soluções quanto para promoverem o desenvolvimento. Entretanto não é raro acontecer de um Governo recém-eleito abandonar o planejamento de médio e longo prazo do Governo anterior pelo simples fato de ter sido oposição a este. Em Goiás presenciamos fatos desta natureza em um passado relativamente recente, quando foram abandonados grandes projetos governamentais que não só projetavam o Estado inclusive no exterior, como também eram de enorme potencial econômico e até social. Lembro-me de três em particular: Projeto Alimentos da Solidariedade, percussor do Renda Cidadã criado por Marconi e copiado por Lula com o nome de Bolsa Família e que o Governo Federal explora politicamente e desvirtua o sentido original do programa que era de socorro aos mais necessitados e não um cabresto eleitoreiro e uma âncora que fixa o cidadão ao seu estado de necessidade, Projeto Rio Formoso inovador no cultivo de arroz e o Projeto Alto Paraíso, de fruticultura, considerado por muitos a redenção do nordeste goiano. Fatos como estes trouxeram enormes prejuízos ao Estado de Goiás e ao povo goiano que perderam duplamente, perdeu-se o tempo e os recursos que foram investidos e perdeu-se uma fonte de receitas futuras valiosíssimas bem como assim, empregos, melhorias diretas e indiretas na infraestrutura decorrentes daquelas atividades que deixaram de existir por puro capricho e irresponsabilidade para com o futuro. Portanto este quarto mandato de Marconi seria como uma vacina que prevenisse esta doença que é a descontinuidade administrativa. Repito, não vou elencar o que já se fez. Digo apenas que é preciso dar continuidade ao que ainda esta sendo feito e que precisa terminar. Não se pode correr o risco de que por ódio, vingança ou mesmo a simples falta de visão jogue-se por terra tudo quanto aqui se fez e se faz. Mas este a meu ver é só o primeiro aspecto que devemos observar. O outro talvez tão importante quanto, é a perspectiva que representa este quarto mandato de Marconi. Ao que me lembre, não há no Brasil um governador reeleito por QUATRO vezes. Isto com apenas cinquenta e poucos anos! E isto representa muito, pois o Estado de Goiás e o povo goiano nunca estiveram tão perto de ter um PRESIDENTE DA REPÚBLICA. Isto mesmo é exatamente esta possibilidade, melhor, probabilidade que se fará presente no cenário nacional se Marconi se reeleger. Cenário este que se consolidará quer ganhe Aécio, Dilma ou Campos. Se ganhar Aécio, veremos um Governador jovem ainda prestigiadíssimo pelo Governo Federal, o que definitivamente não foi nesta gestão, por mais que o próprio Governador cordialmente negue em respeito à Presidenta. Após a reeleição os caminhos de Marconi o conduzirão posteriormente ao Senado bem como assim, provavelmente a um Ministério e na ordem natural das coisas a ser um seriíssimo candidato à sucessão do próprio Aécio, pois não vejo em Alkimim ou Serra horizontes favoráveis a novas candidaturas presidenciais. De resto também não nos assombra Eduardo Campos cujo único handicap é ser do nordeste, fato este que poderá ser minimizado com o surgimento de um novo bloco de influencia geopolítica significante oriunda do Centro-Norte em função da mudança do eixo econômico que poderá advir da plena implantação da ferrovia Norte-sul. Se ganhar Dilma, esta se verá numa encruzilhada entre continuar a fazer o que determina a sanha de seu criador ou se comportar republicanamente, entretanto estando já reeleita e não mais precisando da garupa de Lula, pode vir a dar a Marconi o tratamento respeitoso que sempre recebeu do Governador Goiano e assim fazer justiça não só à pessoa do Governador, em respeito à sua historia, mas também ao que ele representa para o povo Goiano. Acrescente a isto o fato de que o Estado de Goiás estará em franca ascensão por diversos fatores alguns já citados acima como a implantação de ferrovia Norte-Sul que impulsionará ainda mais o crescimento econômico estará mordendo a quinta posição no ranking nacional e uma conjuntura geopolítica altamente favorável. Se ganhar Campos seu comportamento não poderá se diferente do de Dilma, melhor talvez, sem o complicador Lula. Mas principalmente, a visibilidade que Marconi terá nacionalmente, sendo um jovem que se reelegeu por QUATRO vezes Governador de seu Estado, isto para muito poucos. Raríssimos são os líderes desta envergadura. Estes fatores darão a Goiás a esperança de por fim ter um PRESIDENTE DA REPÚBLICA. Esta é minha torcida como goiano. Nunca estivemos tão perto. (Sergio Lucas, advogado)

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