sexta-feira, 20 de junho de 2014

Iluminação na BR e a sensibilidade do governador Marconi Perillo

Por Antônio Almeida
Há um ano, ocupamos esta, que é a principal tribuna livre da sociedade goiana – Opinião Pública do DM – para denunciar o descaso e cobrar uma solução das autoridades competentes à falta de iluminação no trecho da BR-153 que passa pelo perímetro urbano de Goiânia. A enorme insegurança propiciada pela terrível escuridão naquela via ocasionou e contribuiu para inúmeras tragédias, como a morte de um motociclista, de apenas 22 anos, num acidente em uma via lateral da BR, no Jardim Guanabara, em março deste ano. Enquanto governantes municipais da capital e de Aparecida de Goiânia, diretores da Celg e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes brigavam para ver de quem seria a responsabilidade pela iluminação na BR-153, muitas pessoas perderam as suas vidas e outras tiveram sequelas irreversíveis naquele que foi apelidado de “trecho da morte”. Isso sem contar um número incalculável de cidadãos, vítimas de assaltantes e mulheres assediadas por estupradores, que se aproveitavam do enorme breu ali predominante. Essa era uma das maiores vergonhas de nossa região metropolitana. Durante muitos anos, instituições públicas municipais, estaduais e federais, inclusive com a participação do Ministério Público Federal e do Poder Judiciário, na forma de Ajustamentos de Conduta e de ações judiciais, digladiaram em torno dessa questão. De quem seria a responsabilidade pela manutenção da iluminação pública no trecho urbano da BR-153? Sucessivas reuniões, troca de acusações e nada de entendimento e solução. Ninguém estava disposto a arcar com o ônus de garantir a luz no trecho urbano da rodovia, que é um dos principais eixos do Brasil, integra o Norte e o Centro-Sul do país, acessa Brasília e os Estados de Minas Gerais e São Paulo. Pode ser considerada uma das "avenidas" mais movimentadas do nosso país. A situação era caótica no trecho pelo qual, segundo o Dnit, trafegam em média cerca de 58 mil veículos por dia. A “batata quente” ia passando de mão em mão no círculo das autoridades e os usuários, solenemente ignorados e desrespeitados, eram forçados a colocar suas vidas em risco, sem ter outra opção, ao transitarem por aquela BR com todas as suas lâmpadas queimadas. De Goiânia a Aparecida, o cenário noturno era crítico. Ideal para filmagens de cenas de terror como Escuridão Mortal, do diretor Richard Crudo, estrelado por Steven Seagal, que conta a trajetória de um esquadrão caça-vampiros. Impraticável para o trânsito de veículos e pedestres à noite. Esse caso, típico do jogo de empurra, colide com um dos fundamentos basilares da Constituição Federal, que incentiva o modelo cooperativo nas relações entre União, Estados e Municípios, dentro do sistema federativo pátrio. A divisão constitucional de competências, principalmente em razão do artigo 23 da Lei Maior, elenca uma série de áreas de política pública comuns aos três entes da Federação, que abrangem diversas áreas, dentre elas saúde, acesso à educação e cultura, proteção ao meio ambiente, combate à pobreza e preservação do patrimônio histórico. A Carta Magna estimula a atuação simultânea dos diferentes níveis de governo em áreas comuns, visando os interesses da coletividade. Finalmente, a longa novela da escuridão no trecho urbano de Goiânia da BR-153 chegou a um final feliz para os cidadãos e, sobretudo, para as vidas humanas. Enquanto prefeitos e dirigentes do Dnit ficavam batendo boca, o governador Marconi Perillo, sensível aos apelos de milhares de pessoas que utilizam diariamente aquela rodovia, mesmo sendo de responsabilidade do governo federal, tomou uma posição firme em favor da sociedade. Assumiu e determinou uma solução para aquele grave problema, que se arrastava há mais de uma década. Cumprindo a risca a determinação do governador, o presidente da Agetop, Jayme Rincón executou um projeto especial e moderno de iluminação em 28 quilômetros do perímetro urbano da BR-153, entre Goiânia e Aparecida de Goiânia, restaurando a ordem e devolvendo a segurança tão almejada pelos motoristas e pedestres que trafegam naquele trecho. Inaugurada no final do mês passado, essa obra tem a marca da qualidade no investimento dos recursos públicos e o mesmo excelente padrão de qualidade das iluminações que vêm sendo implantadas pela Agetop nas rodovias em todo o Estado. Possui uma iluminação diferenciada, com lâmpadas de alto rendimento e durabilidade. Mais do que uma simples obra física, a implantação desse novo sistema de iluminação naquele trecho pelo governo de Goiás significa o compromisso em salvar vidas e evitar óbitos. Afinal, aquele é um dos trechos que está entre os mais violentos do sistema rodoviário brasileiro. Segundo relatório da Polícia Rodoviária Federal, de 2009 à 2013, ali foram registrados 5.358 mil acidentes, com 143 mortos, e 2.512 feridos. A solução desse problema representa uma vitória da sociedade, que manifestou o seu inconformismo com o caos que reinava naquele trecho rodoviário, bem como, uma demonstração de grandeza, elevado espírito público, sensibilidade política e visão de estadista do governador Marconi Perillo, que chamou para si a responsabilidade de uma obra, cuja obrigação é do governo federal para evitar que mais vidas humanas sejam ceifadas em acidentes noturnos naquele trecho. (Antônio Almeida, vice presidente da Fieg e presidente do Conselho de Responsabilidade Social da Fieg, do Sigego/Abigraf, da Editora Kelps e presidente de honra da Abraxp)

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