Por que eu gosto da Copa?

Por Henrique Gonçalves Dias

Eu não quero que depois digam que o meu excesso de entusiasmo deu azar e fui, consequentemente, o responsável pela eventual perda do Brasil nesta Copa, entretanto, não consigo comungar com os que dizem que não deveríamos ter sediado o evento. Não foram somente os estádios e os aeroportos, que estavam decrépitos, fétidos, perigosos, desabando, que foram demolidos, reconstruídos ou construídos, nem mesmo a criação e reformulação das metodologias de prevenção ao terrorismo ou a repercussão internacional que um evento como este causa, nem o que renderá a longo prazo, inclusive como preparação para um evento muito maior, que será as "Olimpíadas" é, aliás, foi a Sophia e a Manoela buzinando suas cornetas bem alto nos ouvidos do Alexandre, que fingia torcer para a Croácia, todo o clima de festa, expectativa, torcida, entusiasmo que senti ontem no estabelecimento comercial, na "casa" do nosso irmão Willian. Ele mesmo não deu o ar da graça durante o jogo. Dizem que ele nem assiste de tão nervoso que fica. Bem, foi uma festa com direito até ao infalível "Bolão". O Edimar e a Regina faturaram! Segundos após um gol, eu me levanto feito uma criança e abraço o primeiro que vejo na minha frente. E nestes momentos não consigo ver sequer uma pessoa sem um enorme sorriso no rosto. Eu sei muito bem que as desgraças continuarão, que as doenças físicas, mentais e sociais continuarão também, entretanto, precisamos de um pouco de alegria, de "circo", senão enlouquecemos. Até. (Henrique Gonçalves Dias, jornalista)