sexta-feira, 13 de junho de 2014

Mercado central: importante centro de tradição e convergência cultural

Por Natal Alves França Pereira
Iniciando a copa do mundo de futebol, a nossa seleção levou um susto ao sofrer o primeiro gol da partida, mas, para a comemoração da nossa torcida, superou o adversário e saiu vitoriosa. Agora, vamos acompanhar o desenvolvimento da competição lembrando que estamos sediando a copa, e desta forma nosso país se torna um importante centro de encontro de diversas culturas mundiais. Essa convergência cultural conduziu-me a uma reflexão sobre um dos importantes centros de convergências culturais regionais, tratam-se dos mercados municipais, sobre os quais pretendo manter o foco desse texto. Em Goiânia encontramos sete mercados municipais, cresci nas proximidades do existente na Vila Nova, hoje sou frequentador do Central. Com mais de setenta anos de história, ele é o mais antigo e o mais disputado da capital. Começou a funcionar em 1950, na gestão do Prefeito Eurico Viana, onde hoje se encontra o prédio do Parthenon Center e, posteriormente, transferido para o Mercado Centro Comercial Popular (Camelódromo do Centro). Em 24 de outubro de 1986, na gestão do Prefeito Daniel Antônio de Oliveira, foi novamente transferido para sua sede definitiva, onde está hoje (Rua 03, nº. 322, Centro), com área construída de 6.787 metros quadrados e dividido em três pavimentos, tendo como principal finalidade o abastecimento do gênero alimentício. Embora tenha sido criado com a finalidade de abastecimento de gêneros alimentícios, tendo passado por várias modificações, hoje o Mercado Central não corresponde mais a essa realidade, pois, a riqueza e a diversidade de produtos naturais, industriais e artesanais, inclusive medicamentos, aliadas ao relacionamento cordial entre usuários e permissionários o transformaram em um excelente centro de encontros e de compras. Curioso: “quando se procura um produto difícil de ser encontrado, procure no mercado que talvez você encontre”. O fato é que a construção de vários centros de compras espalhados pela cidade desestimulou o consumidor a frequentar os mercados municipais, tanto que o terceiro piso do prédio em questão, não teve o interesse que era esperado. Por isso foi necessária a remoção dos poucos permissionários do terceiro pavimento, em 24 de novembro de 1995, na gestão do prefeito Darci Accorsi. Como não contava com estacionamento foi criada uma comissão pelos permissionários que solicitou ao então Ministro dos Transportes, Iris Rezende, a desapropriação de alguns imóveis, onde foi construído o estacionamento. Com muita dedicação, atualmente é cuidadosamente administrado pela senhora Carlene Silva dos Santos e funciona normalmente nos primeiro e segundo pisos, com mais de cem permissionários. Mantendo a tradição, seus maiores atrativos, desde a sua inauguração, são produtos reconhecidos pela qualidade e/ou pelo sabor ao longo dos anos, como queijos, farináceos, artesanatos (cestas, peneiras, etc.) e empadas, aliás, a empada é uma das referências gastronômicas de Goiás, sendo a do Mercado Central a mais famosa de Goiânia. No primeiro piso encontramos várias lojas oferecendo produtos como: doces, queijos, farinhas, produtos da medicina natural, calçados, roupas, peças para usos domésticos, tabacarias, pelo menos um barzinho com clientela costumeira, profissionais que realizam pequenos serviços de reparos em roupas, e outras. Encontramos ainda no primeiro piso, além dos fornecedores de lanches e das famosas empadas, como as do seu Alberto, também os restaurantes: “Sabor Goiano” pertencente ao casal Maria Alice (Dona Alice) e Paulo Xavier (Gigante) com seus colaboradores sempre prestativos como o “Neguinho” e a “Baixinha”; o “Restaurante da Dona Lia”, pertencente ao casal Maria José (Dona Lia) e o senhor José Paulo, que contam com o auxílio da filha Carla na administração; salvo engano, existem outros três e todos convivem tranquilamente numa disputa sadia e respeitosa com muita cortesia e respeito aos clientes e entre eles, oferecendo refeições de ótima qualidade e variedade, a preços populares. No segundo piso existem outros estabelecimentos, porém, predomina a existência de bons açougues com produtos de qualidade e variedade, sendo que em alguns deles encontramos exclusividades. A dedicação da administração, o empenho dos permissionários, o apoio dos usuários transformam o Mercado Central em um local agradável, vale a pena visitá-lo. Talvez seja necessário mais apoio e atenção dos ocupantes dos cargos legislativos e executivo municipal no sentido de proporcionar mais limpeza, mais acessibilidade, mais visibilidade e até no sentido de promover eventos culturais periodicamente para despertar mais interesse na população por esse patrimônio. Desta forma, será reconhecido como referência tal como é em outros grandes centros urbanos em nosso país. Precisamos conhecer melhor, preservar e valorizar o que é nosso. (Natal Alves França Pereira, servidor público, formado em Ciências Contábeis, filiado à Associação Goiana de Imprensa)

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