Copa do Mundo de 2014 - Se mostra Brasil! – VI/ Final

Por Gilson Vasco

Finalmente alcançamos a semana de abertura da Copa do Mundo de 2014 e, por isso, nosso último artigo da série Copa do Mundo de 2014 - Se mostra Brasil! Neste último artigo da série tentaremos fazer uma breve panoramização da situação, pela qual o Brasil, provavelmente, se sucumbirá ainda mais, caso não consigamos o hexa. Já ficou mais do que comprovado que o povo brasileiro não está necessariamente manifestando contra a Copa do Mundo, pelo contrário, os manifestos cerceiam em torno dos abusivos gastos com os preparos para o Mundial. Aliás, atrevo-me a ir mais longe: o grito ensurdecedor de nós brasileiros não chega nem a ser fundamentalmente pelos gastos em si, pois se nosso país fosse possuidor de bons atendimentos hospitalares, caso tivéssemos um sistema de transporte público de qualidade, uma educação exemplar, menos corrupção e uma lei que servisse de igual para igual os gastos não seriam tão questionados. Se tivéssemos governantes preocupados em estreitar as desigualdades sociais certos questionamentos eram insólitos. Se o povo continua questionando o gasto exorbitante significa que algo de muito errado continua acontecendo, o que não quer dizer que nós brasileiros não amamos o futebol. Amamos tanto o futebol que, caso a Seleção Brasileira fracasse na tentativa de conquistar o hexacampeonato, dentro de nossa casa, tudo se caminhará para uma frustração trágica. Enquanto estou certo de que milhares de brasileiros farão bonitas manifestações pacíficas dentro e fora dos estádios, durante a realização de partidas oficiais, também estou convicto de que a conquista do hexa pelo Brasil, querendo ou não, será a porta de entrada para a calmaria dos ânimos do povo brasileiro. Verdade. Não sejamos demagogos, a própria presidência da República Federativa do Brasil representada pela Ilustríssima Senhora, Dilma Rousseff aposta na possibilidade. Ora, um país dado como financeiramente falido para negligenciar as políticas de assistências sociais, enquanto a corrupção bate recordes de desvios de verbas públicas e que está gastando o equivalente a 33 bilhões de reais não poderá, em hipótese alguma, perder o torneio. Quer dizer, perder até que pode, mas as consequências não serão vistas com bons olhos. Sim, há quem diz que o futebol hoje no Brasil tem muito pouca importância ao ponto de os brasileiros não se sentirem frustrados com uma possível derrota. Será? Particularmente não concordo com isso, mas para quem ainda tem dúvida peça a resposta ao tempo. A grande verdade é que, como já disse antes, há muito o futebol foi, agora é e, para o futuro, continuará sendo a grande paixão do povo brasileiro. É verdade que atualmente o Brasil vive um momento histórico, ora, nós estamos começando a aprender a dá importância às coisas apropriadas, por isso que não é aceitável que depois de gastos infindáveis sejamos derrotados em campo e em casa. Os problemas do Brasil precisam sim ser urgentemente solucionados e que tudo se inicie pela conquista do hexa. Não temos que culpar somente a atual gestão brasileira pelo desgoverno da máquina pública, muitas gestões foram omissas ao ponto de hoje todos nós brasileiros estarmos sentido os reflexos da inoperância. Todos eles jogaram a responsabilidade de tentar acalmar os ânimos deste país eufórico somente na atual Seleção Brasileira. Digo isso porque caso o Brasil não seja campeão, quando se somar a derrota futebolística e os bilhões de reais gastos na preparação do evento mundial tudo vai pesar muito no bolso deste país amado e deficiente de infraestrutura básica, enfeitado obras faraônicas e de elefantes brancos. Chega a ser muito provável que uma fatídica derrota da Seleção Brasileira reflita tão intensamente na política interna, ao ponto de a presidenta Dilma Rousseff, dona do meu voto, ser derrotada nas urnas. Mas se ventos soprarem ao nosso favor, não pense que o povo se calará, uma vez que a conquista do hexa não será a salvação do Brasil. (Gilson Vasco, escritor - e-mail: gcvasco@hotmail.com)