quarta-feira, 28 de maio de 2014

A rua do lixo

Por João Neder
Foi no ano de 1973, do século passado, que mudei com minha família para a Rua l32-A, no Setor Sul de Goiânia, como primeiro morador, ocupando o lote número 8, que comprei do Estado de Goiás em 72 prestações mensais, sujeitando-me a residir no ermo que tinha como paisagem as pastagens que alimentavam os animais de carroça dos moradores da Macambira. Graças ao então prefeito Manoel dos Reis e Silva a rua foi aberta em meio ao matagal e, depois, graças ao amigo Irapuan Costa Junior, a energia chegou para espantar a escuridão. De fronte a minha casa, havia um terreno que seria uma área verde, conforme constava no mapa daquela época, mas a área amadureceu na cobiça e acabou sendo dividida entre os compadres de um ex-governador... Tempos depois o ex-prefeito Nion Albernaz mandou asfaltar a rua que não tem mais do que 120 metros de extensão e tudo parecia que ia ser um local adorável para a gente morar. A esperança não durou e os dias foram mostrando que a ilusão foi pisoteada com a abertura de um jornal cujos funcionários entopem a rua com seus automóveis nela estacionados; na rua de cima, a rua 131, passou a abrigar um salão de beleza que fez a feiura de jogar as águas servidas na rua 132-A, com cheiro horrível de produtos químicos, pondo em risco, pela contaminação, a saúde de nós outros, mas o pior estava por vir, quando um pedaço da antiga promessa de área verde se transformou num depósito de lixo jogado sobre a água servida do salão de beleza.. logo adiante, um volumoso resto do tronco de uma árvore que teria sido frondosa completa a figura dantesca de uma rua que seria residencial, mas se transformou numa lixeira que é, sem dúvida, o retrato do desrespeito a seus antigos moradores que resistem ver que o glamour de morar no Setor Sul foi, há tempos, coberto de lixo, de abusos contra os direitos mais elementares , como o de estacionar seu veículo na porta de sua residência, ainda assim vamos resistindo a invasão dos bárbaros. Se as fotos que ilustram este artigo forem examinadas com isenção de ânimo. terão os nossos possíveis leitores uma visão dos malefícios que estão nos impondo, e o silêncio de cumplicidade do poder publico municipal que a todos enganou, com promessas e o que nos resta é morar na rua do lixo.haja paciência! (João Neder, jornalista, advogado e promotor de justiça aposentado)

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