terça-feira, 27 de maio de 2014

Baderna e vandalismo não é greve

Por Osvaldo Batista
É princípio meu, defender o direito do trabalhador de buscar melhorias salariais, que, na verdade não constituem aumento de salário, mas, apenas um reajuste para acompanhar a inflação verdadeira e não essa que o Governo divulga. Sei que o capital não tem nenhuma sensibilidade no trato da mão de obra, desprezando o seu valor e só pensando em ampliar seu patrimônio. É comum ser decretada a irregularidade dos movimentos grevistas e eu creio que essa intervenção judiciária é uma das responsáveis pela agitação desastrosa que traz prejuízos a muita gente, isso porque, diante da pressão judicial alguns grevistas, que verdadeiramente são baderneiros, se aproveitam para criar uma situação como essa que todos estão vendo em todo território nacional, inclusive Goiânia. É verdade que os pedidos de índices de aumento do empregado ou do sindicato sempre divergem daquele dado pelo patrão, não havendo uma busca real pelos poderes constituídos de verificação de que lado está a razão, pois, só assim fazendo, será possível ver , se a negativa do patrão, tem assentamento financeiro. Desta forma, eu pugno por uma providência anterior a uma tentativa de conciliação, que se faça também um levantamento nas grandes empresas opressoras e verifique a sua margem que é estrondosa de lucro. Nada disso acontece, o poder constituído competente, só se preocupa com as atitudes dos servidores, não buscando saber se há exagerada busca de lucro por parte dos patrões e empresários que querem manter esse lucro, explorando o proletariado. Não quero com isso dizer que a baderna é válida, a sociedade como um todo, não tem culpa nem responsabilidade pela insensibilidade dos patrões e do governo, eles(grevistas) tem que se portar dentro do âmbito pacífico de protesto, mostrando a realidade financeira das empresas e a sua capacidade de pagamento e não queimar ônibus, invadir lojas e apoderar-se de produtos e mercadorias, levando-os para casa, num desrespeito a honestidade. Esses não são grevistas, na verdade são pessoas que estão acostumadas a viver com patrimônio alheio. Os grevistas em si não fazem baderna, não fazem quebra-quebra, apenas utilizam o seu último recurso que é a paralização do trabalho, porque não há outra forma de protestar e reivindicar o direito que entendem ter. Nessa época de inflação verdadeiramente alta, diante da insensibilidade dos patrões públicos e privados, não há como os operários e os trabalhadores em geral, não se movimentarem para buscar melhor padrão de vida para si e sua família. É verdade que a sociedade mais humilde sofre com as consequências, principalmente de greve dos motoristas de ônibus, entretanto, não se pode essa mesma sociedade culpar os grevistas, mais sim, aqueles que são poderosos e que postergam com os acordos, vindos a acontecer as repetitivas paralisações. Tenho dó de ver, o aglomerado de pessoas, em todo o território nacional, aportados nos pontos de ônibus e nos terminais, esperando por um ônibus, mas gostaria que eles se unissem aos grevistas verdadeiros, para forçar um melhor atendimento e um respeito ao trabalhador, cujo o trabalho sem o qual as empresas não funcionam. Não concordo com certa parte feita que eu não sei se foi pelos grevistas, furar os pneus dos veículos, que assim que como a greve deve ser acatada pela sociedade os patrões tem o direito de procurar substitutos para não deixar a população sem a respectiva condução necessária. Espero que sejam mais compreendidos os grevistas e que o poder público e o poder privado, os donos do capital, possam evitar esses acontecimentos, providenciando os ajustes e as conciliações antes do deferimento da greve, entretanto, eles se abstêm dessa situação e procuram jogar a sociedade contra os males causados pela greve. Não tenho como negar que causam muitas consequências ruins para a população pobre a falta do transporte coletivo, mas isso aqui em Goiás, já acontece mesmo sem greve, para obter o aumento de R$ 2,70 para R$ 2,80 da passagem os proprietários das empresas começaram a diminuir os veículos, para agitar os usuários do transporte e com isso forçar o aumento, mas que não querem repassar nada aos seus empregados. Espero que a consciência do patronato funcione pelo lado da dignidade e ceda um pouco do seu poder financeiro e econômico, concedendo as reivindicações dos grevistas, justas e honestas, para que eles possam junto com suas famílias terem um padrão de vida, não melhor e sim mais adequado. (Osvaldo da Silva Batista, advogado e professor universitário)

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