sexta-feira, 30 de maio de 2014

Catalão: Eleição sem fim

Por Fernando Safatle
A disputa eleitoral em Catalão é tão acirrada que parece não ter fim. As eleições em todo o pais já terminaram, mas aqui em Catalao não: já estamos no quarto turno. O primeiro turno foi às eleições propriamente ditas, em outubro de 2013 O segundo turno veio com a decisão judicial sobre a posse do Jardel Sebba. O terceiro turno veio em decorrência da famigerada decisão do Juiz Everton que cassou o prefeito Jardel e de imediato deu posse ao presidente da Câmara causando um pandemônio na cidade. O quarto turno foi decidido na ultima segunda feira com a decisão unanime do TER não dando provimento a ação de cassação. Entretanto, se a oposição recorrer ao TSE pode ir para o quinto turno das eleições de 2013 e assim vai se arrastando indefinidamente as eleições mais longas da historia de Catalão e, quica, do Brasil. Tudo isto é fruto, evidentemente, do inconformismo da oposição com a derrota eleitoral que sofreu em 2013. Uma eleição que Adib contava como certa, com o inhambu na capanga, como se diz por estas bandas. Contudo, a prepotência e arrogância o derrotaram. Desdenhou de alianças e forçou a mão em cima do PT impondo goela abaixo uma intervenção descabida. O troco veio a galope. Abriu se uma dissidência no PT e a corrente majoritária acabaram apoiando Jardel. Agora, como ironia da historia, o PT rompe a aliança com o PMDB a nível regional e lança candidato próprio a governador do estado. A confusão que aprontaram com o PT em Catalão não serviu para nada, pois, alem de ajudar a derrota-los nas eleições municipais se dividiram para as próximas eleições para governador. A intolerância e inconsequência em relação ao resultado das eleições de 2013 alem de ter prejudicado ele próprio e seu partido o PMDB prejudica, sobretudo, a população da cidade. A cada turno que ele perde mais desgaste político Adib sofre vendo seu capital político se esfarinhando com cada derrota. Se tivesse seguido o conselho do Haley Margon, que segundo contam, teria dito para fazer como ele fez quando perdeu para o Eurípedes as eleições de 1996: acatar a vontade popular expressa nas urnas e cuidar de seus interesses. Se tivesse escutado esse sábio conselho quem sabe, talvez, Adib tivesse preservado seu capital político e, assim, provavelmente estaria em melhores condições de enfrentar novos embates eleitorais. Mas, como faz, demonstrando uma enorme contrariedade e estranho inconformismo com o resultado das eleições somente fortalece sua imagem de político presunçoso e arrogante, o que não é bom para nenhuma biografia. Por outro lado, isso tem gerado uma insegurança jurídica na população da cidade que a prejudica em vários aspectos. A administração não consegue se deslanchar, os fornecedores ficam intranquilos com a permanência da atual administração não participando inclusive de licitações, o que dificulta o fornecimento regular de material de manutenção e custeio. Segundo relato do secretario da administração essa insegurança jurídica chegou a tal ponto que acabou por ocorrer uma licitação deserta, ou seja, nenhum fornecedor compareceu em determinada licitação. Os prejuízos, portanto, são enormes para a administração e, em consequência, afetando, em ultima instancia a própria população. Não foi por acaso que um Juiz no Pleno que julgou a ação de cassação do prefeito Jardel declarou em alto e bom som: “precisam acabaçar com essa picuinha em Catalão” Que o recado do Juiz sirva para alguma coisa. De resto, o prefeito Jardel Sebba diante desse resultado favorável precisa aproveitar um novo cenário político na cidade e promover mudanças administrativas que ele tem consciência que necessitam ser realizadas. O momento é este e tocar a bola para frente. (Fernando Safatle, economista - fernando.safatle@gamil.com)

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