sexta-feira, 30 de maio de 2014

Guerra civil no Brasil? Mais de 100.000 mortos?

Por Henrique Gonçalves Dias
Importunei inúmeras vezes o misericordioso leitor, principalmente na série "O 2012", mencionando que no Brasil o número de homicídios, no caso de 2012, segundo o governo, 56.337, é maior que o número total de mortes nas guerras, guerrilhas e conflitos armados em todo o planeta. Quer dizer, a cada dez minutos uma pessoa é assassinada no Brasil. A cada dez minutos uma família perde um pai, mãe, filho, avô, tio, primo ou todo mundo junto, em chacinas. O coração dos brasileiros está cauterizado contra emoções. Um exemplo são os jornalistas, principalmente os âncoras dos telejornais. Tentam "disfarçar" mas não conseguem. Quase choram apresentando uma catástrofe, à exemplo, o estupro e assassinato de uma menininha de três aninhos, mas, segundos depois, acabam por envolver-se emocionalmente e a sorrirem e até gargalharem às largas da próxima matéria apresentada, que pode ser, à exemplo, uma foto ou filme, postado na internet, de uma outra menininha de três aninhos também, lambuzando-se com chocolate. Mais uma coisinha para finalizar. Cadê aquele pessoal que vivia dizendo que diminuiríamos a violência e a criminalidade desarmando a população? Um atentado à lógica, porquanto, na Suíça, um dos países mais pacíficos do mundo, todo mundo anda armado. Em 2003, ano em que foi aprovado e entrou em vigor o "Estatuto do Desarmamento", ocorreram 51.043 homicídios. Em 2012, como vimos, 56.337. Aumento de 9,88 por cento em dez anos? Quase 10%!!! Tenho certeza que se uma drástica medida não for tomada bateremos o recorde de 60.000 homicídios este ano! No trânsito, que não passa de uma "guerra" também, tivemos 46.051 mortes em 2012. Somados os números de vítimas das "duas guerras" teremos um total aproximado de 106.000 pessoas mortas. Eu já disse e volto a repetir: A cada dez anos mais de um milhão (1.000.000) de pessoas morrem tragicamente, bobamente, desnecessariamente, quase a população da cidade de Goiânia! A imprensa deve precaver-se de banalizar a violência. Vivi parte da minha vida entrevistando delinquentes das mais diversas áreas da criminalidade e essa é a conclusão que tirei: Se recolhessem todos os aparelhos de televisão a criminalidade diminuiria muito mais do que se conseguissem acabar com o consumo de drogas. O que mais motiva essa rapaziada a "sair pra função" é o consumismo. A "lógica" deles tem lógica. "Se neguim tem por que não posso ter? E além disso véio, cê vai vê, vou aterroriza e aparece na TV!". Eu costumo falar para os meus amigos e leitores jovens que para eles exercerem o direito de votarem e serem votados perdi colegas, que antes de serem assassinados foram torturados em "pau-de-arara" levando choque nas genitálias, nos mamilos, nas unhas... Nós, cidadãos "comuns", que não gostamos de "guerras" e nem "funções", podemos modificar tudo nas próximas eleições. Até. (Henrique Gonçalves Dias, jornalista)

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