quarta-feira, 28 de maio de 2014

Daniel Douglas Home - O médium voador

Por Pedro Fagundes Azevedo
Daniel Douglas HomeSob esse título, a EBM Editora, de Santo André, no interior paulista, acaba de lançar um livro de Adilton Pugliense, com uma fantástica coleção de fatos que envolveram a vida de DD Douglas Home que, embora quase desconhecido na atualidade, é considerado o maior médium de efeitos físicos de todos os tempos. Contemporâneo de Allan Kardec, com quem se correspondia, não se considerava espírita e não aceitava a crença da reencarnação, uma das bases do do Espiritismo. Ele foi, sucessivamente, metodista, congregacionista (no Brasil temos a Igreja de Cristo), católico e terminou na Igreja Ortodoxa Grega. Entretanto, o que mais chamava atenção no seu comportamento, era a facilidade com que levitava. E para que não pairasse qualquer suspeita de truque ou de uma alucinação hipnótica, ele marcava um “X”, com lápis, no teto da sala fazia suas apresentações, geralmente perante cientistas e pessoas da sociedade europeia. Entre os que testemunharam os fenômenos de Home, destaca-se o cientista William Crookes, descobridor dos raios catódicos e precursor dos raios X. Ele escreveu a respeito: “Estes fenômenos são tão extraordinários, e opõem-se de modo tão direto às crenças científicas – entre outras, a ação da força da gravidade – que, até agora, ao lembrar-me dos detalhes daquilo que testemunhei, forma-se em minha mente um antagonismo entre a razão, que o considera cientificamente impossível, e a consciência de que meus sentidos do tato e da visão não são testemunhas mentirosas”. D.D.Home nunca foi pego em fraude, sendo as condições de fiscalização e controle, nas sessões que realizava, plenamente satisfatórias. O médium e outros espiritualistas da época atribuíam suas demonstrações de levitação a uma “aparelhagem invisível para nós” e que seria manejada pela espiritualidade. Até o fim de sua vida, Home sustentou que ele só podia voar porque era erguido pelos espíritos, que dessa forma demonstravam sua existência e sua convivência atuante entre nós. “Eu não sinto mãos me segurando e nem na primeira vez tive medo”, disse. "Contudo, tivesse eu caído do teto de algumas salas em que fiquei no ar e sofreria ferimentos graves. Em geral, sou suspenso perpendicularmente; meus braços ficam rígidos e são puxados para cima de minha cabeça, como se eu estivesse me agarrando a uma força que me levantasse do chão.” Havia poucos daqueles dons que chamamos mediúnicos - e que Paulo de Tarso intitulava de "espirituais" - que Home não os possuísse. Essa invulgar versatilidade era outra característica de seu vigor psíquico. Geralmente falamos de um médium de voz direta, de um que escreve, de um clarividente ou de um de efeitos físicos, enquanto que Home possuía esses quatro dons juntos. A caridade também integrava suas qualidades. Muitas foram as cartas de gratidão recebidas e que ele sempre as escondia por humildade. Seus gestos de desprendimento e amor aos necessitados foram numerosos, na mesma proporção dos episódios ofensivos à sua pessoa, motivados por inveja ou pura maldade. Tinha poucos recursos financeiros e saúde frágil. Jamais, porém, cobrou um centavo sequer por uma da suas mais de cem apresentações, em várias cidades, durante cerca de 30 anos. Isso porque julgava-se em missão divina para divulgar a imortalidade do ser humano e a permanência dos espíritos ao nosso lado. Esclarecia assim um outro dizer paulino, de que “estamos cercados por grande nuvem de testemunhas”. (Hebreus, 12-1). No livro, aqui inicialmente citado, há uma dedicatória ao conhecido médium e orador baiano Divaldo Franco. Curiosamente, ele tem sido apontado como a reencarnação atual de Daniel Douglas Home. Entretanto, em respostas a jornalistas, Divaldo não confirma nem desmente. O que só faz aumentar as suspeitas sobre o assunto… (Pedro Fagundes Azevedo, ex-presidente da Legião Espírita de Porto Alegre)

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