terça-feira, 27 de maio de 2014

Implante dentário preventivo

Por Eudécio Melo
Existe um momento delicado na relação entre dentistas e clientes, quando nos vemos diante do impasse entre retirar ou deixar um dente com algum grau de comprometimento na boca. As causas mais comuns para esses questionamentos são as mobilidades por perda de suporte ósseo, trincas e lesões nas raízes. Alguns preferem deixá-los para que fique o maior tempo possível; outros preferem substituir por implantes com uma perspectiva de prevenir a perda de tecidos em torno deste. Nos dias de hoje, não há mais questionamentos sobre a funcionalidade dos implantes dentários. Porém muito pouco se discute sobre a qualidade e a quantidade de gengiva e osso que envolvem os implantes na boca. Em condições apropriadas, favorecerão detalhes como o não acúmulo de alimentos entre dentes, estética do sorriso, conforto da mastigação, ausência de dores, sangramento e a possibilidade de higienização. Sabe-se que, ao retirar um dente da boca, o osso que envolve o mesmo começa imediatamente a reabsorver tanto em altura quanto em espessura. Se a perda estiver acompanhada por uma das diversas formas de contaminação por infecção, as reabsorções se tornam bem mais severas, trazendo dificuldades e muitas sequelas. Quanto maior for o tempo da permanência de um dente contaminado na boca, maior será o grau de dificuldade de tratamento. Falhas dentárias sempre vão fazer com que os dentes saiam de suas posições originais, e rotineiramente resultarão em transtornos de estética e mastigação. Essas falhas também contribuem, muitas vezes, para o surgimento de dores de cabeça não diagnosticadas em consultórios médicos. A substituição de raízes dentárias duvidosas por artificiais será sempre uma maneira preventiva para assegurar paz e tranquilidade. Quando, pelas mais diversas maneiras, temos a oportunidade de operar alguém sem nenhuma lesão, estamos assegurando tratamentos mais adequados. Retirar um dente sem cortar gengiva, instalar um implante associado com biomaterial, usar o próprio ou dentes artificiais para confecção de provisório - eis aí a maneira mais segura e previsível de um tratamento de sucesso. Isso se torna mais importante ainda se estiver em áreas que aparecem no sorriso. Se for em posteriores, no fundo da boca, o objetivo é assegurar mastigação confortável e não permitir que se formem espaços para acúmulo de alimentos, que ora incomodam pela quantidade, ora pela dor. Quanto maior o período da ausência dentária, maior a necessidade de se restabelecer as condições originais de osso e gengiva. E a melhor maneira de se evitar maiores perdas é a substituição precoce de um dente duvidoso. Quando retiramos este, estamos desativando uma bomba relógio que muitas vezes nem explode, mas que rotineiramente causa grandes danos. (Eudécio Melo, odontólogo; especialista – Prótese Dentária e Implantodontia/Universidade – São Paulo/USP/Bauru; site: www.meloclinic.com.br)

Nenhum comentário:

Postar um comentário