sexta-feira, 30 de maio de 2014

Escritora que passa a história a limpo

Por Antônio Almeida
Goiás possui nomes femininos da mais alta expressão nas áreas da literatura, história e pedagogia. São mulheres que prestam contribuições da maior relevância à evolução e ao desenvolvimento cultural e educacional do Estado, por meio de suas atividades tipicamente intelectuais, como o exercício do magistério e a produção de livros, artigos, teses, ensaios e pesquisas. Repousam em nossa história, dignificando o nome de Goiás, personalidades como a poetisa e contista, Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, que foi considerada uma das principais escritoras brasileiras, embora tenha publicado o seu primeiro livro, Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais, apenas em junho de 1965 aos 76 anos de idade. Na atualidade, uma das mais brilhantes intelectuais em ação no território goiano, a piauiense, querida, respeitada e admirada pela sociedade local, Lena Castello Branco Ferreira de Freitas é uma referência nesse crescimento e afirmação da presença da mulher na esteira das transformações sociais, registradas nas últimas décadas. Ela sempre teve uma presença muito marcante na sociedade e os meios intelectuais pela qualidade de suas pesquisas, a profundidade de suas obras e a dimensão de seus conhecimentos sobre a nossa história. Doutora em História Social, pela Universidade de São Paulo, Lena defendeu a tese as Elites brasileiras e a Escola Superior de Guerra, em 1986. Membro da Academia Feminina de Letras de Goiás, Lena é autora de um dos principais projetos editorais já realizados sobre a história da política goiana: Poder e Paixão – A Saga dos Caiado. Esse livro foi fruto de quinze anos de intensas pesquisas com denso e refinado estudo historiográfico sobre a família Caiado. Uma das mais tradicionais do Estado, essa família teve no ex-governador e ex-deputado federal Totó Caiado, a sua maior expressão, no final do século 19 e início do 20, no período da chamada República Velha. É uma obra que derruba mitos e reconstrói um dos períodos mais efervescentes da política em Goiás, incluindo ascensão de Pedro Ludovico Teixeira, responsável pela transferência da capital da cidade de Goiás para Goiânia. Ela é autora também de vários livros excepcionais, como, Saúde e doenças em Goiás - a Medicina possível, que é uma grande contribuição para a história da medicina goiana; Uma família na história; Arraial e coronel, Dois estudos de história social; Feudalismo e capanguismo e As elites imaturas, dentre outros. Teve intensa atuação no atual Estado do Tocantins, desde muito antes da separação de Goiás, como Conselheira, do Conselho Federal de Educação, do Ministério da Educação. O nosso Estado tem o privilégio de contar com o conhecimento, a experiência, a sabedoria e a capacidade intelectual, dessa grande escritora, ensaísta, pesquisadora, memorialista e educadora. Uma senhora simples e humilde, que possui uma formação moral extraordinária. É titular da cadeira 3, do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás e integra várias outras entidades culturais, sociais e de classe, nacionais e internacionais. Ela colabora também com várias instituições de relevo, como o Tribunal de Justiça do Estado, ministrando palestras educativas sobre temas da maior relevância. Lena é um nome para ser admirado e servir de referência às novas gerações. (Antônio Almeida, vice presidente da Fieg e presidente do Conselho de Responsabilidade Social da Fieg, do Sigego/Abigraf, da Editora Kelps e presidente de honra da Abraxp)

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