sexta-feira, 30 de maio de 2014

O que o Papa diz

Por Luiz Augusto
Ignorância, conveniência, má fé ou simplesmente falta de temor a Deus. Ainda não entendi o que realmente move tanta gente boa, inclusive “cristãos”, afirmar que o Papa Francisco aceita união homossexual e tantas outras atitudes contrárias ao Evangelho de Jesus Cristo, agravadas pela omissão diante do pecado. Por isso, tomo a liberdade de transcrever a entrevista do Papa Francisco, que, com certeza derruba toda falsa consideração. A ternura e a misericórdia são o centro do Evangelho. Caso contrário, não se entende Jesus Cristo, a ternurado Pai que envia para nos ouvir, para nos curar, para nos salvar. Nunca compartilhei a ideologia marxista, porque não é verdadeira, mas conheci muitas pessoas boas que professavam o marxismo. Quero dizer duas coisas. Os casos de abusos são terríveis, porque deixam feridas profundas. Bento XVI foi muito corajoso e abriu um caminho. A Igreja, nesse caminho, fez muito. Talvez mais do que todos. As estatísticas sobre o fenômeno da violência contra as crianças são impressionantes, mas também mostram com clareza que a grande maioria dos abusos ocorre no ambiente familiar e na vizinhança. A Igreja Católica talvez seja a única instituição pública que se moveu com transparência e responsabilidade. Ninguém mais fez mais. No entanto, a Igreja é a única a ser atacada. O Evangelho condena o culto ao bem estar. O pauperismo é uma das interpretações críticas. Na Idade Média, havia muitas correntes pauperistas. São Francisco teve a genialidade de colocar o tema da pobreza no caminho evangélico. Jesus diz que não se pode servir a dois senhores, Deus e a Riqueza. E, quando formos julgados no juízo final (Mateus 25), vai importar a nossa proximidade coma pobreza. A pobreza afasta da idolatria, abre as portas para a providência. Zaqueu devolve metade da sua riqueza aos pobres. E a quem tem os celeiros cheios do próprio egoísmo, o Senhor, no fim, apresenta a conta. A globalização salvou muitas pessoas da pobreza, mas condenou muitas outras a morrer de fome, porque, com esse sistema econômico, ela se torna seletiva. A globalização na qual a Igreja pensa, não se assemelha a uma esfera, em que cada ponto é equidistante do centro e em que, portanto, se perde a peculiaridade dos povos, mas sim a um poliedro, com as suas diversas faces, pelas quais cada povo conserva a sua própria cultura, língua, religião, identidade. A atual globalização “esférica” econômica e, sobretudo, financeira, produz um pensamento único, um pensamento fraco. No centro, não hámais a pessoa humana, somente dinheiro. A família que atravessa uma crise muito séria. É difícil formá-la. Os jovens se casam pouco. Há muitas famílias separadas, nas quais o projeto de vida comum fracassou. Os filhos sofrem muito. Devemos dar uma resposta. Mas, para isso, é preciso refletir muito profundamente. É o que o Consistório e o Sínodo estão fazendo. É preciso evitar ficar na superfície. A tentação de resolver todos os problemas com a casuística é um erro, um simplificação de coisas profundas, como faziam os fariseus, uma teologia muito superficial. É à luz da reflexão profunda que poderão ser enfrentadas seriamente as situações particulares, mesmo a dos divorciados, com profundidade pastoral. Eu nunca compreendi expressão “valores inegociáveis”. Os valores são valores, e basta, não posso dizer que entre os dedos de uma mão haja um menos útil do que os outros. Por isso, não entendo em que sentido possa haver valores inegociáveis. O matrimônio é entre um homem e uma mulher. Os Estados laicos querem justificar as uniões civis para regular as diversas situações de convivência, impulsionados pela exigência de regular aspectos econômicos entre as pessoas, como, por exemplo, assegurar a assistência de saúde. Trata-se de pactos de convivência de varias naturezas, dos quais eu não saberia elencar as diversas formas. É preciso ver os diversos casos e avalia-los na sua variedade. A questão não é a de mudar a doutrina, mas sim de ir fundo e fazer com que a pastoral leve em conta as situações e o que é possível fazer pelas pessoas. (Pe. Luiz Augusto F. da Silva, Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus)

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