Vamos para o interior?

Por Juliano Silvestre

Quando falávamos em morar no interior, principalmente aqui em Goiás, pensávamos em retrocesso, atraso e lentidão. Agora a realidade é outra! Dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) revela que o interior goiano abriu mais postos de trabalho do que a cidade de Goiânia. E, essa notícia serve de comemoração para todos nós, e isso acontece devido principalmente a alguns fatores. Goiás através de sua política de incentivos fiscais, como o Produzir conseguiu atrair inúmeras empresas para as cidades goianas. E com isso, pequenas empresas foram estimuladas a irem para o interior, justamente para oferecer suporte para estas grandes organizações. Cidades como Aparecida de Goiânia, Rio Verde, Catalão e Anápolis despontam como campeãs em ofertas de vagas de trabalho. Indústrias de transformação, sucroalcooleiro e farmoquímico juntamente com a expansão do agronegócio alavancaram a economia destas cidades gerando emprego e renda para toda a região. Quem tem a oportunidade de viajar por Goiás já deve ter notado, principalmente, nas regiões Sul e Sudoeste do Estado, o avanço na industrialização e na área de serviços que esses municípios estão experimentando. Antes jovens e trabalhadores eram “obrigados” a irem para Goiânia tentar um melhor emprego ou para continuarem seus estudos. Felizmente isso se tornou ultrapassado. Universidades tanto pública como particular já estão promovendo a interiorização de seus campus atraindo e qualificando uma mão de obra que não para de crescer. Mas, em alguns casos várias empresas que se instalam em terras goianas, ainda sofrem com a falta de preparo dessa mão de obra. Às vezes é preciso “importar” trabalhadores de outros estados para preencher vagas de emprego. A verdade que o ritmo da industrialização nestas cidades está muito avançado em relação às politicas públicas de qualificação profissional. Por isso, torna-se fundamental parcerias com Governo e Sistema S, para que essa população que vive no interior ocupe vagas nas suas cidades, sem ter que ceder seu espaço para outras pessoas de “fora”. Em 2013, dos 33.053 empregos gerados no Estado, somente 10.822 foi para Goiânia, sendo o restante em torno de 67% das vagas para as cidades interioranas. Lembrando, que esta tendência da curva de emprego apontar para o interior não acontece somente em Goiás. A cidade de São Paulo, só para ficar neste exemplo, está sofrendo uma fuga também de suas empresas. Pois os custos nas cidades do interior são mais baratos e a qualidade de vida infinitamente melhor. E com o advento da tecnologia, as distâncias entre os grandes centros urbanos não são mais medidos em quilometragem e sim em megabytes, ou seja, quanto melhor a sua internet mais próximo você estará das grandes cidades, sem abrir mão do conforto do interior. Então quando você receber uma proposta de emprego para o interior e se não houver impedimentos, não pense duas vezes, vai. As capitais daqui a alguns anos sediarão apenas empresas de serviço ou com base tecnológica. Com o trânsito cada dia mais caótico e o custo de vida elevado, as grandes empresas fixarão suas “residências” nas cidades do futuro. Então vamos? (Juliano Silvestre, administrador de empresas com MBA em Marketing, consultor e professor - E-mail: ju.castrosilvestre@gmail.com / blog:www.admeprofjulianosilvestre@blogspot.com.br)